Emanuel Félix
Nº DE ASSEMBLEIA: VI
Emanuel Félix Borges da Silva nasceu em Angra do Heroísmo a 24 de outubro de 1936 e faleceu no dia 14 de fevereiro de 2004 na mesma cidade. Poeta, ensaísta, auto de contos e crónicas, crítico literário e de artes plásticas. Foi considerado o introdutor do concretismo poético em Portugal, que cedo rejeitou, tendo passado pela experiência surrealista.
Fundou e foi co-diretor da revista Gávea (1958). Foi co-diretor da revista Atlântida, do Instituto Açoriano de Cultura. Iniciou os seus estudos nos Açores, tendo, porém, feito quase toda a sua preparação técnico-profissional no estrangeiro, designadamente no Instituto Francês de Restauro de Obras de Arte (Paris), na Escola Superior de Belas-Artes do Anderlecht e na Universidade Católica de Lovaina, onde se especializou no Laboratório de Estudo de Obras de Arte por Métodos Científicos do Instituto Superior de Arqueologia e História da Arte da mesma Universidade.
Efetuou visitas de estudo e frequentou estágios de longa duração em institutos superiores e serviços científicos de museus de Paris, Ruão, Bruxelas, Liége, Amsterdão, Londres, Roma, Florença, etc.
Foi responsável pela criação do Centro de Estudo, Conservação e Restauro de Obras de Arte dos Açores, que dirigiu e onde organizou, com o apoio do Fundo Social Europeu, cursos de formação para técnicos de restauro de pintura de cavalete. Tendo iniciado a sua vida como professor do ensino primário, foi também professor do ensino secundário e, por fim, do ensino superior, havendo proposto e colaborado na reestruturação do “curriculum” do Curso Superior de Conservação e Restauro da Escola Superior de Tecnologia de Tomar, onde lecionou Tecnologia da Pintura e Técnicas de Conservação e Restauro, disciplinas cujo conteúdo programático elaborou. Na mesma Escola Superior, prestou serviços no âmbito dos estudos, da consultadoria, do desenvolvimento científico do respetivo laboratório de restauro e da direção de estágios de especialidade.
Fez parte do grupo de peritos do “Projeto 10” do CDCC do Conselho da Europa, que realizou numerosas audições com vista ao estudo das dinâmicas culturais no desenvolvimento de diversas regiões europeias. Proferiu conferências e participou de mesas redondas em associações culturais e universidades dos Estados Unidos da América. É membro de diversas instituições culturais e estrangeiras, tem algumas centenas de artigos publicados em jornais e revistas dos Açores, do Continente Português e do Estrangeiro. Está representado em numerosas antologias poéticas.
As suas principais obras publicadas são o Vendedor de Bichos (Poesia) Lisboa, 1965; Angra no Último quartel do Século XVI, Angra do Heroísmo, 1967; A Palavra O Açoite (Poesia) Coimbra, 1977; A Viagem Possível (Poesia, 1965/81) Angra do Heroísmo, 1984; Seis Nomes de Mulher (Poesia) Angra do Heroísmo, 1985; António Dacosta – Esboço de um Roteiro Sentimental, Angra do Heroísmo, 1988; O Dragoeiro (Dracaena Draco da Macaronésia) Chave da Grande Obra em Jerónimo Bosch, Angra do Heroísmo, 1988; Conceito e Dinâmica do Património Cultural, Angra do Heroísmo, 1989; O Instante Suspenso (Poesia) Angra do Heroísmo, 1992; A Viagem Possível (1ª edição refundida e atualizada) Lisboa, 1993; Os Trincos da Memória (Ficção Narrativa) Ponta Delgada, 1994; Iconografia e Simbólica do Espírito Santo nos Açores, Praia da Vitória, 1995; Habitação das Chuvas (Poesia), Angra do Heroísmo, 1997. Tem para publicar, entre outras: Paramentos Antigos dos Açores – Sécs. XIV, XV e XVI (História da Arte), Comunicação, Cultura, Liberdade (artigos, comunicações, conferências e outros textos de intervenção).